A cultura da erva-mate (Ilex paraguariensis) vem recebendo destaque nesta 11ª Feira da Agroindústria e da Agricultura Familiar (FEAAGRI Missões), evento que prossegue até domingo (8) no Parque de Exposições Siegfried Ritter, em Santo Ângelo, com uma série de eventos que debatem a produção e o consumo no Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai.
Entre as atividades, na manhã desta sexta-feira (6) antecedendo o 1º Seminário Internacional de Erva-Mate e Derivados, houve o plantio de quatro mudas de erva-mate, simbolizando a união dos quatro países em torno da produção, do consumo e das pesquisas sobre suas propriedades medicinais.
O plantio foi realizado aos fundos do centro administrativo do parque, reunindo representantes dos índios guaranis, que introduziram a erva-mate na cultura missioneira, do Brasil, da Argentina e do Uruguai. Por problemas de logística, a comitiva paraguaia não pode estar presente na feira.
O organizador do 1º Seminário Internacional de Erva-Mate, Romaldo Melher, lembrou que os países irmãos herdaram dos guaranis o hábito de uma infusão de erva, ritual dos antigos pajés que a utilizavam em curas e nos rituais de batismo. “A produção de erva-mate foi uma dos principais impulsos para a economia nas Missões Jesuítico-Guarani, na época, considerada o ouro verde”, afirmou.
Segundo Melher, atualmente o Brasil é maior produtor de erva-mate, com aproximadamente 950 milhões de quilos/ano, seguido da Argentina com 850 milhões e o Paraguai com 400 milhões de folha verde por ano. E o Uruguai, o maior consumidor do mundo, com estimativa de 12 quilos por pessoa ao ano. “A erva-mate é uma das principais economias do Mercosul e o principal produto não madeireiro florestal”, concluiu.
O ato também teve o descerramento simbólico de uma placa, celebrando como marco histórico o encontro dos quatro países em torno da erva-mate.
Foto: Fernando Gomes
Texto: Tarso Weber