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Paulo Pires comenta como a inflação e margens menores impactarão custos dos grãos

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A primeira projeção de custos de produção das lavouras de milho e soja para o verão apontam níveis de elevação preocupantes. Em entrevista para o programa Jornal da Manhã na Missioneira FM 94.9 nesta terça-feira (17), o presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado do Rio Grande do Sul (FecoAgro/RS) e da Coopatrigo, Paulo Pires, detalhou alguns números apresentados pela federação.

Com base nos preços de 1º de maio de 2022, a soja indica uma perda por parte do produtor na relação de troca de 32,80% em número de sacas necessárias para pagar o custo total de produção que era de 29,10 sacas, e agora aponta uma necessidade de colher 38,64 sacas. Já em relação ao custo variável, o desembolso, o produtor precisará colher 26,81 sacas contra 18,78 na safra passada, uma elevação de 42,79% superior. Na avaliação da entidade, isso reduz significativamente a rentabilidade futura apesar dos preços no mercado permanecerem aquecidos.

Segundo Paulo Pires, a situação é difícil e desafiadora, mas “superável”. No caso do milho, a relação de troca sofreu impacto maior pelo fato de usar mais insumos que a soja. Com isso, o produtor vai precisar colher 117,32 sacas por hectare para cobrir o custo total de produção ante as 75,29 sacas da safra anterior, um aumento de 55,83% de produção diante do atual patamar de custo. Em relação ao custo variável, o desembolso, o produtor sofreu impacto maior, vai precisar produzir 88,63 sacas por hectare frente às 51,63 sacas na safra passada, uma elevação de 71,43%. O custo do milho registrou uma elevação de 53,88% nos últimos 12 meses, enquanto que o preço do cereal teve redução ao produtor em 1,25% no mesmo período comparado de maio de 2021 para maio de 2022.

Conforme Paulo Pires, os novos patamares de custos, tanto no milho como na soja, indicam uma tendência forte de queda de rentabilidade nas duas culturas, reduzindo em 20,41% na soja e 50,25% no milho para próximo ciclo. Outras atenções ficam por conta da possível restrição de oferta de insumos para a próxima safra de verão, disponibilidade de crédito e as possíveis elevações das taxas de juros para crédito rural para o próximo plano safra em função do aumento da taxa Selic. Essa elevação vem preocupando o setor produtivo e isso se efetivando pode retardar ainda mais a recuperação das perdas do produtor em detrimento dos efeitos causados pela seca no Rio Grande do Sul.

Conforme o presidente da FecoAgro, o trigo, na segunda revisão, teve um levantamento de aumento de custo de 51,71% nos últimos 12 meses. Com isso, o triticultor vai precisar colher 64,58 sacas por hectare para cobrir o custo total, ou seja, 24,9% a mais de produção do que na safra anterior. De outra parte, para pagar os gastos com o desembolso, o produtor precisará colher 50,12 sacas para atingir o ponto de equilíbrio. Neste caso, os preços tiveram aumento maior que nas outras culturas, por isso a situação não é mais desfavorável ao produtor, que tem boa expectativa de mercado neste ano com aumento de área expressivo devido a esta condição.

Paulo Pires conclui que o produtor vai ter que ser mais assertivo no planejamento da próxima safra devido ao cenário atual de custos elevados, qualquer queda de produtividade poderá gerar prejuízos ainda maiores aos produtores. A expectativa para a próxima safra, apesar dos elevados custos que vêm reduzindo a rentabilidade das culturas, é de uma recuperação da produção tanto na soja como na cultura do milho no Estado.

Fonte: Rádio Missioneira | Com informações de Nestor Tipa Júnior/AgroEffective

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