A catástrofe vivida em Roca Sales está sendo presenciada também por um missioneiro que mora na cidade arrasada pela cheia histórica do Rio Taquari. O jovem Cléber Marzone, de 30 anos, natural de São Luiz Gonzaga, relatou nesta sexta-feira (10) para a Rádio Missioneira a situação caótica em que está a cidade.
“É um cenário de guerra. A cidade que já estava devastada, ficou irreconhecível. Não existe mais cidade. Não sei o que vai ser de Roca Sales”, lamenta Cléber.
O nível do Rio Taquari ultrapassou os 30 metros. Milhares de troncos de árvores ficaram espalhados pela cidade. Casas e prédios públicos e comerciais viraram escombros. A casa de Cléber resistiu, ficando com problemas estruturais. “Tiramos uma caçamba de lodo”, menciona. . A Defesa Civil já confirmou a morte de sete pessoas em Roca Sales.
A cidade ficou sem água, sem comida, sem luz e sem comunicação. Cléber conta que a energia elétrica retornou somente na última quinta-feira (9). Em busca de internet, para avisar familiares que estava vivo, o jovem precisou ir até a cidade vizinha de Encantado.
“A água nós estávamos pegando das goteiras das calhas”, relembra. Cléber e sua esposa estão dormindo no carro. No interior de Roca Sales, onde mora os seus pais, o missioneiro conta que a devastação continua. Um rio chegou inclusive a mudar o curso do leito. “Ele se dividiu em dois e onde está a ponte, só existe pedra”, relata.
Os pais de Cléber cuidam de mais de 1.400 porcos. Os animais ficaram vários dias sem alimento, devido aos inúmeros deslizamentos de terra que impediam a chegada de caminhões. “Perdi amigos nos desmoronamentos”, lamenta o são-luizense.
Cléber também conta que no dia em que ocorreu o rompimento parcial da Barragem 14 de Julho, em Bento Gonçalves, um clima de pânico e terror se instalou na cidade, devido às informações equivocadas de que o rio poderia subir mais 6 metros. “Foi muita loucura”, recorda.
O missioneiro está aceitando qualquer ajuda para tentar recomeçar. Doações em dinheiro podem ser feitas pelo pix (CPF) 026.474.450-01 em nome de Cleber Marzone de Oliveira.
Foto: Rádio Independente
Rádio Missioneira