Segundo promotor de Justiça, em uma visita surpresa, uma menina de 16 anos estava cuidando dos idosos. Durante a noite, quartos eram trancados
O promotor de Justiça Sandro Loureiro Marones, em entrevista ao programa Jornal da Manhã na Missioneira FM 94.9 nesta sexta-feira (22), trouxe mais detalhes sobre as situações constatadas na instituição de longa permanência Casa de Repouso Bella Vida, em São Luiz Gonzaga, interditada nesta semana a pedido do Ministério Público, acusada de praticar maus tratos a idosos.
Segundo Marones, que ajuizou a ação civil pública contra a instituição, sua proprietária e o Município de São Luiz Gonzaga, o caso já vinha sendo apurado há bom tempo pelo Conselho Municipal o Idoso, com todo apoio do poder Executivo, através da Secretaria de Ação Social.
No seu entendimento, ocorriam maus tratos e uma série de negligências no sentido do aspecto técnico da referida casa, em descompasso ao que é realizado em outras instituições de longa permanência da cidade.
“Nós entendemos que estes idosos não estavam sendo atendidos de acordo com as normas”, afirmou o promotor.
Segundo Marones, no dia em que autoridades realizaram uma visita surpresa à Casa de Repouso, os idosos estavam todos trancados nos quartos, sob cuidados de uma menina de 16 anos. Além das portas estarem chaveadas, as janelas eram todas gradeadas. “Temos uma situação muito semelhante a um leito psiquiátrico”, considerou.
Conforme Marones, uma série de outras irregularidades puderam ser observadas. O local estava com o alvará vencido e sua inscrição no Conselho Municipal de Idoso estava irregular. Cheiro de urina e umidade foram outros fatos constatados. Para o promotor, a instituição possui característica para atendimentos de baixa complexidade, para moradores independentes.
Cerca de 10 idosos residiam na casa e eram oriundos da região. Segundo Marones, eles serão realocados no Lar do Idoso São Vicente de Paula. Dois já foram retirados por familiares.
“A posição do Ministério Público é de que a casa não realize mais esse trabalho”, afirmou.
Agora, com muita cautela, todos os trâmites estão sendo realizados, entre eles a remoção de todos os moradores. “Peço cautela à população quanto a julgamentos e indignações, já que os envolvidos possuem direito a toda defesa”, concluiu o promotor de Justiça.
Rádio Missioneira