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FISIOTERAPIA E AEE: Articulando saberes e práticas em busca da qualidade de vida

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DANTAS, Jessica Torres
HAAS, Daniela; VIDAL, Paula; NASCIMENTO, Lizandra Andrade

O projeto “Fisioterapia e Atendimento Educacional Especializado: Contribuições para a Qualidade de Vida”, desenvolvido com a turma da Classe Especial da Escola Estadual de Ensino Fundamental Senador Pinheiro Machado de São Luiz Gonzaga, visa proporcionar experiências práticas voltadas a identificar dificuldades e potencialidades dos estudantes com deficiência, com o propósito de desenvolver habilidades, conhecimentos e novas vivências. São propostas atividades físicas que proporcionem aos alunos o autoconhecimento, autocuidado, melhora na função cardiorrespiratória, aumento da autoestima, melhora da coordenação motora e locomoção, melhora do raciocínio lógico, inclusão social, etc.
Considerando a deficiência como perda ou anormalidade de estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica, temporária ou permanente, em que se incluem anomalias, defeitos ou perda de um membro, órgão, tecido ou qualquer outra estrutura do corpo, inclusive das funções mentais (AMIRALIAN et al, 2000), observamos, na Classe Especial em que atuamos, a diversidade de limitações apresentadas pelos estudantes, o que torna o trabalho mais desafiador e complexo.
A heterogeneidade do grupo se expressa não apenas nos diferentes tipos de deficiências, mas, ainda, em fatores como a variação da faixa etária e os distintos históricos de vida dos indivíduos. Tal fato demanda a busca de atividades significativas e que possam atrair os múltiplos sujeitos. Além disso, a temática da sexualidade é bastante desafiadora, posto que este assunto que, geralmente, é complexo, em se tratando das pessoas com deficiência é necessário uma abordagem cautelosa do tema, envolvendo a aceitação da família e o desenvolvimento das noções de autocuidado e autoestima.
Outro fator relevante é a questão social. Isso porque, a pessoa com deficiência comumente é discriminada e socialmente excluída, mantendo-se apenas no convívio familiar e escolar. Portanto, um dos focos do projeto é a busca pela inserção social desses jovens, proporcionando uma vida ativa noutros espaços, para além da casa e da escola. Com esse intuito, são realizadas caminhadas em distintos locais do município, propiciando a convivência com outras pessoas e a inclusão em ambientes diversificados, bem como a melhoria do padrão de marcha (locomoção), o aumento do metabolismo basal e demais benefícios da caminhada para a saúde.
O projeto busca, também, otimizar a neuroplasticidade, definida por Ribeiro (2005), como a capacidade do sistema nervoso central de alterar algumas de suas propriedades estruturais e funcionais em resposta a modificações no ambiente o que proporciona o aprendizado de algo novo e modifica as condutas conforme o que foi aprendido. O programa de alongamento é outra proposta que compõem este plano de trabalho, pois conforme Branco (2006), a prática do alongamento garante uma boa flexibilidade que possibilita o desempenho de movimentos com amplitude de movimento articular de acordo com suas necessidades específicas, reduzindo a suscetibilidade de lesões, permitindo assim, a realização de movimentos que poderiam estar limitados. Os jogos têm como objetivo ensinar e treinar, de forma lúdica, algumas atividades de vida diária, exercícios físicos, formas de competição e trabalho em equipe.
As atividades realizadas têm o intuito de contribuir para a melhoria do desempenho de atividades cotidianas, a partir do estímulo ao equilíbrio, do desenvolvimento da coordenação motora, do raciocínio lógico, da percepção corporal, da autoestima, do autoconhecimento, da força muscular e amplitude de movimento. Dessa maneira, os saberes e as práticas da Fisioterapia e do Atendimento Educacional Especializado (AEE) se articulam na busca de ações estratégicas destinadas à garantia de melhores condições de vida às pessoas com deficiência, em termos de saúde e inclusão social.

REFERÊNCIAS

AMIRALIAN, Maria L.T.; PINTO, Elizabeth B.; GHIRARDI, Maria I. G.; LICHTIG, Ida; MASINI. Elcie F. S.; PASQUALIN, Luiz. Conceituando deficiência. Rev. Saúde Pública, Vol. 34, p. 97 – 103. 2000.

BRANCO V.R. , Negrão Filho R.F., Padovani CR, Azevedo FM, Alves N, Carvalho A.C. Relação entre a Tensão Aplicada e a Sensação de Desconforto nos Músculos Isquiotibiais Durante o Alongamento. Revista Brasileira de Fisioterapia, São Carlos, v. 10, n. 4, p. 465-472, out./dez. 2006.

RIBEIRO, N. O ambiente terapêutico como agente otimizador na neuroplasticidade em reabilitação de pacientes neurológicos. Revista Diálogos Possíveis, Ano 4, n.2 (agos./dez. 2005), p. 107 a 117.