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Família de vítima são-luizense da Boate Kiss espera por justiça

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Com o início do julgamento do caso, mãe da jovem Kelli Anne Azzolin relata a angústia vivida desde 2013

Depois de oito anos e dez meses, começa nesta quarta-feira (1º), o júri popular de quatro acusados pelo incêndio na Boate Kiss, em Santa Maria, ocorrido no dia 27 de janeiro de 2013.

Mauro Hoffmann e Elissandro Spohr, proprietários do estabelecimento, Marcelo de Jesus, vocalista da banda Gurizada Fandangueira e o produtor Luciano Bonilha, responsáveis pela apresentação pirotécnica, respondem pela morte de 242 pessoas e por 636 tentativas de homicídio com dolo eventual, quando se assume o risco de matar.

Entre os motivos da demora está a mudança na cidade do julgamento. As defesas de três dos quatro réus conseguiram a transferência para Porto Alegre por alegar falta de segurança e eventual parcialidade.

A tragédia da Boate Kiss deixou famílias na Região das Missões em luto. Três vítimas eram naturais de São Luiz Gonzaga: Kelli Anne Azzolin, João Renato Chagas e Maria Mariana Rodrigues Ferreira.

A reportagem da Rádio Missioneira conversou com Vera Lúcia dos Santos Azzolin, mãe de Kelli Anne. Para ela, que reside no interior de Bossoroca, a demora no julgamento escancara um descaso.

“A justiça já deveria ter sido feita. Mas no Brasil é preciso passar nove anos para que aconteça algo. Sei que nada vai trazer minha filha de volta, mas é por ela e por todos os jovens que esperamos que haja justiça”, disse.

Foto: arquivo pessoal

Vera salienta também a dor dos familiares que tiveram que enfrentar um misto da perda precoce com injustiça e esquecimento nestes quase nove anos que se passaram.

“Não tem sido nada fácil viver sem a presença de nossa filha, mas temos que seguir em frente. Embora as pessoas acham que estamos bem, mas jamais vamos estar bem. Só nós pais sabemos o vazio e a dor que carregamos no coração. Foram 242 jovens que saíram para se divertir e não voltaram é só com fé e a força de Deus que estamos vivendo e lutando para que tenha justiça”, lamenta a mãe.

Kelli Anne, aos 23 anos, era doutoranda do programa de Pós-graduação em Educação em Ciências da Universidade Federal de Santa Maria quando faleceu. A partida precoce ocorreu ao lado de seus maiores amigos na época: Francieli Araujo Vieira, 22 anos, de Itaqui, Rafael Dias Ferreira, 21 anos, de Santa Maria e Bruna Caroline Occai, 22 anos, de Belmonte (SC).

Os quatro amigos faleceram na tragédia | Foto: reprodução/Internet

Na infância, Kelli estudou na Escola Básica da URI em São Luiz Gonzaga e, mesmo jovem, já possuía graduação em Química (Licenciatura) e mestrado em Educação em Ciências.

Vera Azzolin acompanhará o julgamento de casa, diferentemente de outros familiares de vítimas da tragédia que fizeram questão de se deslocar até a capital para acompanhar de perto o processo.

“Não vou poder estar em Porto Alegre no julgamento, mas estarei rezando e acompanhando para que todos sejam julgados. Só quero dizer que precisamos que todos se coloquem no nosso lugar e rezem para que seja feita justiça. É só isso que queremos. Não vai trazer eles de volta, mas servirá para que tragédias como a do dia 27/01/2013 nunca mais aconteça”, conclui a mãe.

Rádio Missioneira

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