De acordo com pesquisadora, Instituição é a primeira no Estado a desenvolver um projeto sobre cinema com produção de curtas pelos futuros educadores
O curso de Pedagogia do IESA encerrou nesta terça-feira, 1º de julho, a primeira etapa do projeto A linguagem cinematográfica na formação docente: cinema e educação na formação pedagógica.
O trabalho vem sendo realizado desde o mês de março, com o intuito de incentivar as acadêmicas do 5º e 7º semestres a explorar as diversas potencialidades do cinema em sala de aula. Ao longo de todo o semestre, as alunas foram convidadas a assistir filmes, refletir e dialogar sobre as produções visualizadas. Num segundo momento, chamado de Linguagem cinematográfica na ação educativa, as participantes foram instigadas a realizar diversas filmagens, experimentando os passos da criação cinematográfica.
O resultado do projeto pode ser conferido nesta terça-feira, após debate coordenado pela pós-doutora Valeska Fortes de Oliveira, professora na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).
"Nós precisamos parar para pensar em como o cinema vem sendo trabalhado atualmente dentro das escolas. Precisamos acabar com a ideia de que o cinema é um professor substituto para os dias em que o docente não pode comparecer. Há muito mais por trás da Sétima Arte, que precisamos trazer à tona", destacou a convidada, salientando que o IESA é a primeira Instituição do Estado a realizar um projeto sobre cinema, dentro de um curso de formação de professores, com produções de filmes em curta-metragem pelos acadêmicos.
Valeska é categórica ao afirmar que os filmes não podem ser utilizados apenas para discutir determinado conteúdo. "Eu não desprezo essa ação. Apenas defendo que o cinema deva ser utilizado como experiência ética e estética, capaz de ampliar repertórios culturais, tanto do professor como do aluno", completa. Questionada, a pesquisadora responde que a realidade das escolas reflete a formação dos professores nas universidades. "Há a prática de se passar filmes durante a graduação, mas sem se explorar as potencialidades das produções. Nos estudos que temos desenvolvido com professores, percebemos que a vivência artística ainda é muito fraca dentro dos cursos."
Conforme destaca a convidada, a universidade tem a função de formar um professor culturalmente mais preparado. Um docente que será um bom alfabetizador e, acima de tudo, um animador cultural. "Nós precisamos de mediadores qualificados. De professores que ofereçam ao aluno, tão ligado à cultura cinematográfica hollywoodiana, outras opções de filmes, de músicas, de estéticas. Que incentivem seus estudantes a realizar pequenos exercícios fílmicos, como o trabalho realizado dentro do curso de Pedagogia."
Valeska defende que a escola faça mais sentido à vida do aluno, estando mais perto da vida dele.
Durante a noite, foram expostos trabalhos manuais produzidos pelo curso de Pedagogia.