Ofício conjunto de entidades do Rio Grande do Sul e Paraná solicitam ações para garantia de preços mínimos no escoamento da safra
As representações das cooperativas agropecuárias gaúchas e paranaenses enviaram ofício ao ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, e ao secretário de Política Agrícola da pasta, Wilson Vaz de Araújo. Na pauta, a preocupação com os preços no mercado do trigo. Segundo as cooperativas, nos últimos 12 meses, os preços de mercado do trigo caíram drasticamente chegando a níveis abaixo dos determinados pelo Programa de Garantia de Preços Mínimos para a safra de 2023.
Conforme o ofício assinado pela Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado do Rio Grande do Sul (FecoAgro/RS), Sistema Ocergs Sescoop RS, Sistema Ocepar e Cooperativa Coamo, atualmente, o preço médio recebido pelo produtor de trigo de acordo com o Departamento de Economia Rural do Paraná (Deral) é de R$ 52,52 a saca, enquanto os preços mínimos estabelecidos pelo Governo Federal através da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para safra 2023 do trigo Tipo 1 é de R$ 87,77 a saca e Tipo 2 é de R$ 75,19 a saca. “Podemos perceber que o produtor está deixando de receber por saca de 60 quilos o valor de R$ 35,25 e R$ 22,67, respectivamente”, destacam as entidades no ofício.
Diante deste contexto, os cooperativistas pedem que os instrumentos de política agrícola para garantia de preços mínimos e escoamento de safra, principalmente o Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (Pepro) e o Prêmio de Escoamento do Produto (PEP), se fazem necessários e essenciais para o prosseguimento da atividade agropecuária no país, garantindo estabilidade de oferta de alimentos. “Porém o que se tem visto são dificuldades orçamentárias para que esses mecanismos possam ser executados de maneira eficiente, prejudicando o acesso aos produtores rurais e suas cooperativas”, reforça a nota.
As entidades também relatam que um indicativo do impacto desses entraves é a pouca atratividade para o plantio da próxima safra de trigo que, segundo as cooperativas do Rio Grande do Sul e Paraná, devido aos custos elevados e margens apertadas, a área de plantio deverá ser reduzida, com reflexos na balança comercial e nos preços dos derivados do trigo ao consumidor.
Foto: Divulgação
Texto: Nestor Tipa Júnior/AgroEffective