Não há outro assunto senão o forte calor. Até os amantes do verão, estão reclamando das altas temperaturas em São Luiz Gonzaga e na região. O caso não é isolado, uma vez que a onda de calor atinge todo o Brasil.
Ar condicionados e ventiladores nunca foram tão utilizados nas residências e no comércio. Nas ruas, todos evitam o sol forte. Vale tudo para tentar não se queimar: chapéus, sombrinhas e óculos escuros.
Trabalhar no calor já é difícil, agora imagine ter que ficar o dia todo sob o sol? É o caso de algumas profissões em que não dá para evitar o temido sol de 40° nas Missões.
Carteiros
Os carteiros atravessam a cidade em suas bicicletas para entregar correspondências. Independente da condição climática, eles passam a manhã e tarde percorrendo as ruas da cidade.
A carteira Alessandra Santiago, há dez anos na profissão, diz que o trabalho no verão é mais desgastante. ‘’Esse sol faz muito mal para a nossa pele, além de nos deixar exaustos no final do dia’’, disse.
Para se proteger, ela não dispensa o uso de chapéu e protetor solar, fornecidos a todos os carteiros pelo Correio. Para ela, o que piora é o fato de entrar constantemente em locais com ar condicionado, e em seguida sair para a rua novamente.
Policiais militares
Outros profissionais que também sofrem com o calor são os policiais militares. Além de ficar sob o sol o dia todo, o uso da farda é indispensável. O soldado Adriano Heinrich, um dos responsáveis pelo policiamento das ruas de São Luiz Gonzaga, diz que é difícil usar a farda com esse calor.
O colete à prova de balas é outro item que dificulta a transpiração nesse calor. Ele pode pesar até 14kg. Nele estão objetos como rádio transmissor, celular, algemas, revólver e bastão.
Indagado sobre a preferência da estação para trabalhar, Adriano disse que o inverno é melhor, uma vez que o uso de uma japona e uma capa podem proteger das baixas temperaturas.
Já a soldado Liciane Souza, policial militar há quatro anos, mesmo com o sol de rachar, não dispensa o uso de uma maquiagem básica para o trabalho: rímel e lápis. Também responsável pelo policiamento da cidade, a policial cumpre rotina de cuidados de beleza, além da maquiagem, sempre utiliza o protetor solar, uma vez que pode ficar na rua das 6h15min da manhã até às 18h.
Sobre o uso da farda, Liciane disse que o hábito de usá-la diariamente acostuma, mas que no trabalhar no calor é sempre mais difícil. Mesmo assim, Liciane disse que independente da temperatura, disse que ama o seu trabalho de proteger a comunidade.
Outra mulher policial é Márcia Vargas. Ela é uma das policiais responsáveis pela guarda externa da Penitenciária Estadual. Na guarita, Márcia fica até seis horas seguidas. ‘’O sol é escaldante, sempre uso óculos escuros e protetor solar, além de beber água para não desidratar. Márcia também se preocupa com a beleza, usando brincos pequenos – permitido pelas normas da Brigada Militar – e maquiagem. ‘’A farda é totalmente masculina, mas um detalhe e outro faz toda a diferença para ficarmos mais femininas’’, disse.
Pedreiros
Mas há quem prefira trabalhar no inverno. É o caso do mestre de obras Valdemar Goltz. Na profissão há 36 anos, ele prefere o sol do que as baixas temperaturas para o dia de trabalho. ‘’Principalmente porque nosso trabalho rende mais, o dia não é tão curto’’, destacou.
Ele e sua equipe, que constroem uma obra no Centro de São Luiz Gonzaga, não se descuidam com a saúde. Além de beber água o dia todo, a empresa responsável pela obra fornece protetores solares e exige a utilização do produto todos os dias.
Cuidados
Como é de conhecimento de todos, o calor exige cuidados redobrados. Aqueles que puderem, devem evitar sair ao sol no horário entre as 10h e 16h. O uso de filtro solar com no mínimo FPS 30 deve ser utilizado todos os dias e reaplicado a cada duas horas. Outro fator importante é a hidratação. Os médicos aconselham a beber no mínimo dois litros de água por dia.