As margens do Rio Inhacapetum, em São Miguel das Missões, estão sendo transformadas devido à grande sedimentação de areia. Após as enchentes de maio, a situação ficou ainda mais visível.
“São sedimentos de areia que acabam mudando a paisagem, principalmente, de suas margens. Locais onde antes era laje ou mata ciliar estão sendo tomados por um areal trazido quando o volume de chuva é considerável, como ocorrido no início do mês de maio”, afirmou João Luis Furtado, presidente da Associação Preserva Inhacapetum (API), em contato com a Rádio Missioneira.
Um dos locais que passou a ter grande acúmulo de areia é o Passo do Veriato. Com o passar dos anos, a área se transformou. “Havia até uma linha de ônibus que cruzava o rio neste local, ligando Santo Ângelo a Santiago. Era laje nos dois lados. Hoje, transito só de trator, pois a areia tomou conta”, lembra o presidente
O Rio Inhacapetum é um dos principais afluentes do Rio Piratini. A sua nascente está localizada em Tupanciretã. Após, o rio divide os municípios de São Miguel das Missões, Capão do Cipó e Bossoroca. Em sua extensão de quase 120 quilômetros, o Inhacapetum passa por inúmeras propriedades rurais, assentamentos e a Aldeia Indígena Tekoa Koenju.
O assoreamento das margens de suas margens, segundo João Luís, não é novo.
“Há muitos anos existe um processo de extração manual de areia própria para a construção civil, no local conhecido como Passo da Areia, na localidade de Coimbra, na divisa de São Miguel das Missões com Capão do Cipó”, lembrou o presidente.
Conforme João Luís, a API tem feito levantamentos nas áreas mais atingidas e procurado apoio de técnicos ambientalistas para tentar amenizar o problema. Segundo apuração da associação, o sedimento está sendo acumulado mais nas margens, trazido pelas enchentes. O leito do rio segue preservado.
A intensificação do plantio de mudas nativas nas margens, avalia João Luís, é uma forma de tentar combater esse fenômeno, que traz preocupação para os ribeirinhos.
Imagens: divulgação/API
Fonte: Rádio Missioneira | Com informações da Associação Preserva Inhacapetum