Todos os dias, uma mãe de dois filhos pequenos pega seu carrinho e um boné e sai pelas ruas de São Luiz Gonzaga. O objetivo é voltar para casa no final da tarde com ele cheio de papéis, garrafas pet e outras coisas que muitas pessoas chamam de lixo. Para Josiane Custódio da Silva, de 27 anos, é o sustento.
Quem vê os catadores?
Ela é uma das dezenas de catadores de materiais recicláveis que passam dias e noites pelas ruas, à procura daquilo que é jogado fora. Pessoas que muitas vezes passam despercebidas pelas demais. Pior que isso. Josiane conta que é comum sentir que as pessoas olham de cara ‘’feia’’ quando está trabalhando, coisa que ela não entende. ‘’Eu não tenho vergonha, não estou roubando, faço isso porque preciso’’, conta timidamente à reportagem da Rádio Missioneira.
Sua irmã é companheira de trabalho. Ao contrário de Josiane, tem vergonha do que faz. ‘’Eu não sei porquê, ela tem muita vergonha, mas é um trabalho que ajuda a cidade a ficar mais limpa, mais bonita’’, salienta.
Para encher o carrinho, é preciso caminhar horas e horas. Pelo menos, a chegada do outono alivia um pouco das dificuldades do trabalho. ‘’No verão é muito pior, eu fico queimada’’, ressalta.
Carrinho pesado
Porém, uma coisa não muda: o peso do carrinho. Ela conta que as dores nas costas são intensas. ‘’Todo dia quando chego em casa parece que levei uma paulada’’, desabafa. O material recolhido fica no pátio de sua casa, na Vila Loureiro. Todos os meses, ele é vendido. O dinheiro não é suficiente para sustentar seus dois filhos. Para complementar a renda, trabalha também como doméstica. ‘’Dá pra viver’’, diz.
Possíveis melhorias
Há um projeto em tramitação na Câmara de Vereadores para criar uma sede para os catadores. Eles já possuem uma associação, chamada de Ecomissões. O terreno já foi cedido pela Administração Municipal.
A matéria com Josiane foi realizada especialmente para o Dia do Trabalho (1° de Maio). A sugestão foi dos internautas, através do Facebook. Tem algum sugestão? Mande aqui ou aqui.
