Após a morte de dois agricultores de uma mesma família em um suposto confronto com indígenas, o prefeito de Faxinalzinho, Celso Pelin, concedeu entrevista à Rádio Guaíba, em que reclamou da negligência do governo federal com disputa de terraas no município do Alto Uruguai. "O descaso é vergonhoso. O acampamento indígena existe há 11 anos. Quando tudo aconteceu, pedimos reforço da Brigada Militar porque sabíamos que o clima esquentaria. Pedimos providência à Promotoria Pública, mas infelizmente não deu tempo. Tudo tem que ser feito por etapas e somente a Polícia Federal pode agir nas questões indígenas", explicou.
Pelin relatou que há pelo menos oito anos o município conseguiu na Justiça uma ação de despejo contra os indígenas, mas até agora nada aconteceu. "A burocracia é muito grande. A gente até já sabia que eles estavam armados e por isso alertamos todas as autoridades. Ontem, com muito esforço, eles permitiram a passagem de uma ambulância para auxiliar a família dos agricultores. Eu tenho os documentos e os boletins que fizemos", disse.
O prefeito de Faxinalzinho lembrou que os indígenas derrubaram árvores em todas as estradas vicinais do município, bloqueando a saída e a entrada de agricultores da região. "Alguns trabalhadores nem receberam a ração destinada aos suínos", acrescentou.
Mortes
Dois agricultores de uma mesma família, Anderson de Souza e Alcemar de Souza, morreram no final da tarde dessa segunda-feira em suposto confronto com indígenas no município de Faxinalzinho. Eles foram mortos na Linha Coxilhão em uma propriedade rural a cerca de 15 quilômetros do centro da cidade e a quatro quilômetros de onde aproximadamente 200 indígenas estão acampados há 11 anos.
O grupo estaria em uma área invadida e reivindica a criação de uma reserva no local que fica a cerca de 10 quilômetros da reserva do Votouro, no município de Benjamin Constant do Sul.