A partir de hoje (05), o município de Garruchos está sem
policiais militares. O posto da Brigada Militar foi fechado no município por
falta de profissionais. Nos últimos meses, apenas dois brigadianos revezavam o
serviço. Um deles entrou em férias, por isso o comando da corporação, com sede
em São Borja, decidiu fechar o posto.
O capitão Josué Stivanin classificou a decisão como
frustrante. “Não tem como manter o posto com apenas um policial, é totalmente
anti-técnico”, disse. Ele citou a morte de um policial ontem à tarde em Porto
Alegre, que realizou uma abordagem sozinho.
Sem horas extras
O comandante informou que tentou deslocar policiais de São
Borja para Garruchos, mas devido ao pouco efetivo e o corte de diárias e horas
extras, é impossível. “O governo não sinaliza dar apoio nesse sentido, estamos
sem efetivo e sem horas extras, é muito complicado”, desabafa o capitão.
A solução encontrada foi colocar Garruchos no roteiro da
Patrulha Rural. Porém, ela não atua diariamente. “Pode passar um dia, um dia
não, é um roteiro estabelecido pelos policiais da patrulha”, informou.
Comunidade preocupada
A comunidade de Garruchos está preocupada com a situação. Há
meses debate a segurança, com reuniões periódicas. No encontro realizado ontem,
o capitão apresentou a situação aos participantes.
Segundo Robeson Oss Emer, secretário geral do sindicato, as
entidades estão mobilizadas em criar o Conselho de Segurança Pública, que está
em fase de registro. “A ideia da entidade é criar ações que favoreçam o
interesse dos policiais em trabalhar em Garruchos”, explicou. “É bastante válida a atitude, mas o Governo do
Estado é que tem obrigação de resolver a situação”, disse Stivanin.
Alvo para criminosos
Garruchos possui 3.215 habitantes, segundo o último censo do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Os crimes mais comuns no
município são os abigeatos. “Mesmo em lugares tranqüilos, infelizmente quando
os criminosos sabem que uma cidade está sem policiamento, tomam como alvo”,
afirmou o capitão.
A situação do fechamento do posto deve se estender pelos
próximos meses, uma vez que o sargento que está em férias vai para a reserva
quando voltar dos 30 dias de descanso. Na semana passada, o Governo do Estado anunciou o novo plano de segurança pública, porém sem definições para resolver o problema a curto prazo, já que os convocados ainda devem passar pelo curso de formação. A
reportagem da Rádio Missioneira entrou em contato com a Secretaria de Segurança
Pública do Rio Grande do Sul, mas ainda não obteve retorno.