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Sem incentivo federal, Paulo Pires disse que preço do trigo gaúcho dependerá de produtividade e qualidade

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O presidente da Federação das Cooperativas do Rio Grande do Sul – Fecoagro, Paulo Pires, concedeu entrevista no programa Jornal da Manhã desta quarta. Na pauta da entrevista estava o trigo, cujo plantio se aproxima e as perspectivas de lucratividade não animam nem um pouco as lideranças de entidades representativas do setor.

Paulinho iniciou falando acerca das negociações com o Governo Federal para obter algum incentivo na plantação do trigo. O entrevistado é um dos convidados a participar do lançamento do Plano Safra, dia 19, mas já adiantou que está decepcionado com o cenário atual. Em representação conjunta dos estados do Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina e Goiás, foi apresentada a ministra da Agricultura, Catia Abreu, proposta de custo de produção com aumento de 15 a 19%. Quando se constatou que não havia ambiente para essa reivindicação, foram propostas duas correções de 9,5% em dois anos. Foi concedido aumento de 4,2%, o que não contempla as demandas dos produtores.

Alta dos juros preocupa produtores

Com isso, o Presidente da Fecoagro ressaltou que o período que vem por aí deverá realmente ser marcado por um “aperto nos cintos”. Paulinho ainda mencionou a possibilidade de disponibilização de 668 milhões para o seguro agrícola, principalmente o Proagro, que deve ser o foco do governo neste período, até porque existe a possibilidade de alta acentuada nos juros.

Mesmo com todas essas dificuldades, o entrevistado destacou a grande importância do trigo para o Estado, porém, lembrou que a safra passada foi uma das piores de todos os tempos. Sem qualidade e com um preço que hoje é classificado por Paulo Pires como “ridículo”, o trigo gaúcho frustrou o produtor, não só pela baixa produtividade como também pelo grande aumento nos custos de produção e no “pacote tecnológico”, representado pela manutenção das lavouras, que envolvem aplicações de fungicidas e demanda por químicos em geral muito maior do que aquela de tempos atrás.

Ressaltando que qualidade não se refere apenas a ph, Paulo Pires destacou o trigo que vem da Argentina, que está a R$ 800,00 a tonelada. O quadro atual exige utilização de financiamentos e Proagro, mas se a safra for boa e a qualidade seguir essa tendência, existe a possibilidade de se obter preços razoáveis pelo trigo do RS.

Rotulação de trânsgenicos

Paulo Pires também falou sobre aprovação de projeto de lei do deputado Luiz Carlos Heinze (PP) referente a rotulagem de transgênicos, dizendo que acha redundante que hoje tenhamos uma embalagem com a informação de que o produto é geneticamente modificado, prática já instalada em todo o mundo. O que pode ser explorado nesse assunto, tudo com a devida fiscalização, é a possibilidade de se atingir diferentes classes sociais no comércio desses produtos, afinal, há pessoas que podem pagar por um produto diferenciado, orgânico. A transgenia é um assunto que deveria ser tratada mais de forma pragmática do que no campo ideológico, pois muitos avanços foram e continuam sendo obtidos por meio dessa inovação.