O engenheiro da Valec, empresa executora do projeto, garantiu que, de alguma forma, os municípios das missões serão atendidos com a ferrovia
Mais uma etapa para viabilizar o traçado missioneiro da Ferrovia Norte-Sul foi cumprida, na sexta-feira, dia 08 de novembro, na audiência pública realizada na Assembleia Legislativa de Porto Alegre. No encontro, que tratou sobre a extensão das Ferrovias, o presidente da Associação dos Municípios das Missões (AMM), prefeito de Cerro Largo, René José Nedel mostrou que a região das missões reúne todas as condições para ser contemplada com a iniciativa. "Nossa região é altamente produtora de arroz, trigo, soja, milho e também a bovinocultura é muito forte", destacou René, ao lembrar que é preciso olhar não apenas a produção, mas também a qualidade de vida das comunidades. "A nossa comissão de trabalho da AMM está trabalhando com muita seriedade nesta questão dos estudos de um traçado que inclua as missões, pois estamos representando todos os 26 municípios missioneiros, que serão beneficiados com a ferrovia". Nedel convidou os participantes para que se façam presentes na audiência pública, que será realizada na sede da Associação, em Cerro Largo, no próximo dia 22 de novembro.
Também a vice-prefeita de Santo Ângelo, Nara Damião se manifestou durante a reunião em favor do traçado ferroviário missioneiro. Ela ressaltou a importância da ferrovia para o crescimento da região, que nos últimos anos empobreceu e perdeu população. “Além dos dados técnicos temos que pensar no desenvolvimento econômico e social, ou então, as regiões mais ricas serão cada vez mais ricas e as regiões mais pobres cada vez mais pobres”, salientou. Nara Damião reiterou a necessidade da viabilização do transporte de passageiros para fortalecer o turismo missioneiro. “Somos os Sete Povos das Missões. Além do trem de carga também precisamos do trem de passageiros para que os turistas venham conhecer o conjunto dos municípios das missões, rico em história, e muito distante das outras capitais. Somos o coração do mercosul e temos portos e aeroportos”, enfatizou a vice-prefeita. Representando os 26 municípios da AMM, a comissão de trabalho é composta pelos prefeitos de São Luiz Gonzaga, Junaro Figueiredo, de Giruá, Fabiam Thomas e pelos vices de Santo Ângelo, Nara Damião e de São Borja, Jefferson Homrich, coordenados pelo presidente da Associação, René Nedel. O prefeito de São Borja, Antonio Carlos Rocha Almeida também participou dos trabalhos na audiência pública, assim como representantes de São Luiz Gonzaga, Cruz Alta, Uruguaiana, Passo Fundo e outros municípios do RS.
O que diz a empresa executora do projeto
O engenheiro Bruno Nogueira da Costa, da Valec Engenharia, Construções e Ferrovias S.A, de Brasília, empresa responsável pela execução do projeto das ferrovias, não se comprometeu em avalizar a proposta de traçado que está sendo defendida pelas lideranças missioneiras, preferindo assegurar que, conforme avaliação apresentada até o momento, de alguma forma, todos os municípios da região noroeste serão atendidos pela ferrovia. “As missões, assim como toda a região noroeste são importantes produtores de grãos para o país. Como executores de ferrovias temos que viabilizar o que o governo federal nos demanda. Entretanto, precisamos procurar o melhor para o Brasil”, ressaltou o engenheiro, que confirmou presença na audiência pública na sede da AMM, na sexta-feira, dia 22 de novembro.
Coordenada pelo deputado Raul Carrion a audiência pública na Assembleia Legislativa foi organizada pelas comissões Assuntos Municipais e de Economia de Desenvolvimento Sustentável, juntamente com a Frente Parlamentar Gaúcha, para debater a necessidade de se pensar em um sistema ferroviário que integre todas as regiões do Estado, em especial as áreas de produção. Falaram sobre o assunto os técnicos da Valec Engenharia, Bento José de Lima, Bruno Nogueira da Costa e Eduardo Tavares Quadros; o gerente de ferrovias da Empresa de Planejamento e Logística S.A.– EPL, Fábio Barbosa; representantes do governo do Estado; da Famurs; prefeitos; dirigentes de Associações de Municípios, entre outras lideranças políticas e entidades representativas. No encontro também foi elaborada a ‘Carta de Porto Alegre’, contendo reivindicações e sugestões a serem encaminhadas ao governo federal e à presidenta Dilma Rousseff, por intermédio do governo gaúcho.