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Acervo do Museu Histórico das Missões ganha imagem sacra de mais de 300 anos

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Pesquisa científica da PUC/RS comprova autenticidade de arte barroca de Santo Isidoro Lavrador Missioneiro, padroeiro da agricultura

O acervo histórico de Santo Ângelo e das Missões está enriquecido e ampliado com a imagem de Santo Isidoro Labrador, genuína arte sacra jesuítico-guarani do século XVIII, conforme apontou o estudo de identificação realizado pelo Laboratório de Humanidades da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC/RS), coordenada pelo professor doutor Édson Hüttner e pelo mestre Douglas Barbosa, servidor  público municipal, com o apoio do doutor Éder Hüttner e de Antônio Carlos Lopes Cardoso, da família dos doadores da obra.

A peça está em exposição na Casa Ulysses Rodrigues que abriga o Museu Dr. José Olavo Machado e fará parte do acervo do Museu Histórico das Missões que será instalado no antigo Centro Administrativo do Município, cujas obras estão em andamento.

O resultado da pesquisa foi apresentado no final da tarde de segunda-feira, no Museu Dr. José Olavo Machado pelos coordenadores dos estudos, na presença do prefeito Jacques Barbosa; do secretário municipal de Cultura e Esporte, Nader Hassan Awad; da imprensa local e convidados.

A estátua de Santo Isidoro Lavrador Missioneiro, arte sacra barroca do período jesuítico-guarani, tem um metro e 31 centímetros de altura, incluindo a base em madeira, pesa 29 quilos e 52 centímetros de largura. A obra esculpida entre os séculos XVII e XVIII em madeira é atribuída a José Brasanelli. São Isidoro Lavrador é o padroeiro mundial da Agricultura e padroeiro de Madri.

O estudo revela que, nas reduções jesuíticas, o santo ocupava lugar de destaque na formação dos índios guaranis, de modo particular nas lides da agricultura.

A HISTÓRIA

Antônio Cardoso declarou que a imagem de Santo Isidoro estava em posse da família por mais de um século e a decisão de passar a curadoria para o município de Santo Ângelo foi tomada em conjunto. A imagem foi encontrada pelo bisavô de Antônio, por volta de 1900, em meio a uma lavoura de soja, em território que hoje pertente ao município de Eugênio de Castro.

Em meados de 1993, Maria Cardoso de Oliveira torna-se a herdeira da escultura, compartilhada com os demais filhos do casal: Eloá Cardoso de Moura, Santa Margarida Lopes da Cruz e Antônio Dirceu Lopes Cardoso. Em 2015, a escultura passou à responsabilidade de Maria de Oliveira e sua irmã Marlei de Oliveira, filhas de Maria Cardoso de Oliveira. Neste último período, a imagem ficou guardada em uma residência em Santo Ângelo.

O neto de Anadilha e Manoel, o servidor público municipal Antônio Cardoso, intermediou com seus familiares a doação da peça ao Museu Histórico das Missões. Cardoso disse que o santo tinha um espaço de oração chamado quarto santo, local de constante devoção, pedidos de curas e proteção para a comunidade, assim como pagamento de promessas. Há pouco tempo atrás, conta o servidor público municipal, a escultura ainda era coberta de fitas, moedas e tranças de cabelos deixados por devotos, bem como de um manto.

Texto: Tarso Weber

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